“Carência de iodo afecta 80% das grávidas”, é o título no DN sobre um estudo do Grupo de Estudos da Tiróide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo. Uma pessoa fica alarmada: 80% das grávidas? Então mas isso são mesmo muitas grávidas!
Segundo o estudo, ou pelo menos, segundo a notícia, “80% das mais de 2200 grávidas observadas em 10 maternidades portuguesas tinham valores de iodo abaixo do desejável e 20% valores muito abaixo do normal”. Este estudo e estes números são depois usados ao longo da notícia para alertar (alarmar?) para os perigos da falta de iodo entre as grávidas.
Mas espera aí. Este estudo e esta notícia não deixam de me parecer um bocado obscuros e difíceis de acreditar. Por, pelo menos, duas razões.
1) Mais uma vez não é claro se aquela proporção pode ser generalizada para a população. Foram as 10 maternidades escolhidas de modo a representarem a população de grávidas portuguesas? Ou seja, as 2200 grávidas observadas captam suficientemente a heterogeneidade de condições de vida, dietas alimentares e outros factores entre as grávidas em Portugal?
2) Se 80% das grávidas observadas têm valores de iodo abaixo do desejável e 20% muito abaixo do normal, então 100% das grávidas, ou seja, TODAS as grávidas portuguesas, estão com “problemas de iodo” (assumindo que a coisa foi bem feita, isto é, que não era preciso fazer a pergunta 1 em cima). A notícia devia ter como título “Grávidas portuguesas não têm iodo”?
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