Em tempos havia uns livros de BD em que uns simpáticos estrumpfes trocavam metade das palavras que diziam, por palavras derivadas da palavra "estrumpfe".
Alguns jornalistas portugueses têm um problema semelhante com o "abrandar", tudo abranda. Alguns por distracção, outros por desconhecimentos básicos de português (eu já aqui pus a definição da palavra do dicionário), outros por desconhecimentos básicos de matemática, e ainda há aqueles que aproveitam o interpretação vaga da palavra a seu belo prazer.
Abrandar significa andar mais devagar, crescer mais lentamente, desacelerar, diminuir a velocidade. (Repito já agora, estatisticamente é de esperar que qualquer variável "abrande" à volta de metade das ocasiões). Mas o "abrandar" é por vezes usado para dar a entender que algo diminui quando isso não é verdade. Ou quando a aceleração diminui, o que também não é um abrandamento.
Hoje o Expresso ultrapassa todas as deturpações do "abrandar". Numa situação em que o PIB português recua, e recua mais depressa do que tinha recuado, a capa fala de um "abrandamento da economia". Um belo eufemismo.
Caro estrumpfes, tenho que ir estrumpfar o abrandamento.
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