Em análises estritamente financeiras tenta-se calcular o valor da vida, o valor de diferentes vidas. E as vidas, em análises estritamente financeiras, têm valores diferentes.
Na primeira página de hoje o DN tenta, de uma forma muito retorcida e falhada, fazer esse exercício com o seguinte título em letras garrafais: “Viagem a Fátima de idosos universitários acaba em tragédia”. Tentativa falhada porque tenta produzir sentimentos primários de pena e compaixão como que para justificar que algumas vidas têm mais valor que outras. Qualquer coisa como: “se for verdade que ninguém merece morrer, uns merecem morrer ainda menos”.
O acidente na A23, no sentido Sul-Norte, deu-se com um ligeiro e um autocarro, cujos passageiros eram idosos que regressavam a casa. Ou seja, a viagem era já de regresso, e portanto não no sentido de Fátima. Mais que isso, a viagem, isto é, a viagem anterior, havia sido a Fátima, mas também, ao que parece, à Nazaré. Qual a intenção de enfatizar “Fátima”? O que se pretende fazer sub-repticiamente? Não é descarnado a que códigos de valores, a que referências da matriz sócio-cultural portuguesa se está aqui a apelar? E qual a intenção de referir idosos universitários? Era (ou é) essa a essência que caracterizava (ou caracteriza) aqueles idosos? E se fossem jovens universitários? E se fossem jovens empregados em consultoras? E se fossem idosos reformados que não tivessem decidido estudar?
correio da manhã(13)
desemprego(15)
diário digital(24)
dn(82)
economia(65)
estatísticas(22)
expresso(26)
inflação(13)
lusa(15)
matemática(12)
percentagens(26)
público(102)
publico(9)
rigor(9)
rtp(20)
rudolfo(16)
salários(10)
sensacionalismo(135)
sic(11)
Blogs catadores
Médico explica medicina a intelectuais
Blogs sobre Jornalismo
Blogs sobre Economia
Blogs sobre Sondagens
Fontes Fidedignas