Hoje no Diário Económico, Luís Rego escreve sobre o referendo irlandês de ratificação do Tratado de Lisboa. O título do
texto é "
Referendo na Irlanda ameaça Tratado de Lisboa".
Eh pá! Há aqui uma ameaça!
O subtítulo "
Portugal corre o risco de ver toda a pompa e circunstância da cerimónia de hoje ir por água abaixo se o referendo na Irlanda chumbar o novo Tratado europeu."Bolas! Corremos um risco!Mais à frente no texto "Numa sondagem conduzida em Novembro, apenas um quarto dos irlandeses dizia sim ao novo Tratado".Apenas um quarto?! Isto nunca vai ser aprovado!!Lá para o fim do texto... "Por enquanto, ainda há 62% de indecisos". Será que o Luís se "esqueceu" de descontar os indecisos? Podemos saber aqui que é esse o caso, e que apenas 13% dos irlandeses se expressaram contra. Ou seja dos 38% com opinião, 66% são a favor do tratado! Uma maioria absolutíssima!
O único nome que isto tem é aldrabice. Em todas as sondagens são descontados os indecisos, ou equivalentemente os indecisos são distribuídos do mesmo modo que os decididos. Se não fizermos isto, teríamos o PS com uns 25% de intenções de voto. ("Uma gigantesca queda do PS", escreveria o Luís). O PSD com uns 18%. Uhm , isto parece estranho). O BE, o PCP e o PP com uns 4%... claramente alguma coisa estaria errada.
P.S. apesar de não saber muito de sondagens, julgo haver mais métodos para tratar dos indecisos. "Força-los" a indicar a sua inclinação seria um, outro seria estimar a distribuição dos indecisos na altura da votação com dados de eleições anteriores. Mas nada disto invalida a minha crítica