Hoje (16 Janeiro) o Público publica um gráfico que mostra que os funcionários públicos perderam "poder de compra" consecutivamente nos últimos 9 anos. No
post anterior referi-me a uma afirmação semelhante - e aparentemente errada - de Menezes. É que o Público refere-se apenas aos funcionários públicos e Menezes referia-se a todos os trabalhadores. A fazer fé nos dados do Público - e como já mostrámos aqui tanta vez, é mesmo uma questão de fé - é inteiramente verdade que os funcionários públicos perderam constantemente "poder de compra" ao longo de 9 anos (em termos médios e não em termos individuais, já que individualmente pode haver subidas de escalão que levam a aumentos dos rendimentos, o que não seria muito sério fazer).
Sendo que "poder de compra" significa
desta vez salário bruto real. Também não será o melhor indicador de "poder de compra dos trabalhadores", deixando de fora variações de impostos, subsídios, etc... mas enfim é melhor que o PIB per capita real.
Já agora, um erro que ouvi/li hoje repetidamente. O facto de os governos aldrabarem sucessivamente na inflação esperada, sempre com "estimativas" abaixo da realidade, não implica de modo nenhum que os salários reais desçam! Isto porque na maioria dos anos, o aumento médio dos salários não coincide com a inflação "
prevista". Houve anos que foi acima, outros que foi abaixo. Foi sim, sempre abaixo da inflação
registada na prática.