Quarta-feira, 23 de Julho de 2008

Vou-vos contar um segredo: o dinheiro não cai do céu!

Hoje reparo no título do Correio da Manhã:

"FACTURA ESCONDIDA NA CONTA DA LUZ:

Cada português paga 35 Euros por ano para subsidiar novas fontes energéticas".

 

E eu espanto-me com este espanto!

O Sr Jornalista acha que quando paga a bica no café está só a pagar o pózinho preto e a água quente? Então desiluda-se! Porque está a pagar também uma parcela da renda, dos salários, dos impostos, da segurança social, do sabonete para as mãos, da electricidade, do pano do pó e do detergente, da pintura da porta e da lâmpada que se fundiu ontem.

Na semana passada, alguém se indignou porque nas facturas da EDP havia uma parcela para uma provisão dos incobráveis. Mas sempre foi assim, em todo o lado! Em qualquer empresa bem gerida, todos os custos directos e indirectos têm que ser reflectidos na facturação que passam aos Clientes. O dinheiro não cai do céu e as empresas não jogam no euromilhões.

Se o sistema de custeio fosse diferente, e apenas reflectisse os custos directamente imputáveis a um produto - neste caso a electricidade produzida  então teríamos que pagar uma parcela do desenvolvimento das turbinas e geradores, das patentes, parte dos estudos feitos por Galvani e Volt e sei lá mais o quê....

Já agora: nós pagamos electricidade, não pagamos "LUZ" ! 

 

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publicado por Oscar Carvalho às 16:25
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4 comentários:
De Sagitário a 24 de Julho de 2008 às 11:31
"Na semana passada, alguém se indignou porque nas facturas da EDP havia uma parcela para uma provisão dos incobráveis. Mas sempre foi assim, em todo o lado! Em qualquer empresa bem gerida, todos os custos directos e indirectos têm que ser reflectidos na facturação que passam aos Clientes."

Mas se a empresa bem gerida criar provisões para créditos incobráveis, reduz o seu lucro e portanto paga menos impostos. Ao refacturar esse custo, e porque ele estava diluído nas provisões constituídas, obtém uma margem superior ao custo efectivo desses incobráveis. Está num português manhoso, mas julgo que se percebe a minha argumentação :)

Claro que num mercado aberto isto tem o valor que tem, mas quando falamos de uma empresa praticamente monopolista...
De Miguel Carvalho a 24 de Julho de 2008 às 12:30
E de onde vem o dinheiro para criar essas provisões?... dos clientes que pagam.
De Sagitário a 24 de Julho de 2008 às 13:10
Não. A provisão é um movimento contabilístico não reflectido nas disponibilidades. É mesmo por essa razão - expectativa negativa de recebimento - que elas são criadas.
De Victor a 24 de Agosto de 2008 às 11:05
O título deste texto tem um erro grave. Correcto seria Vou contar-vos um segredo: o dinheiro não cai do céu!

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