Terça-feira, 24 de Junho de 2008

Títulos pouco rigorosos

Normalmente é nos títulos das notícias que a falta de rigor se nota mais, consequência do autor pretender em poucas palavras prender a atenção do leitor. Já não tem conta o número de postagens que fizémos sobre o assunto.

Hoje mais um: "Bloqueio triplica lucro das gasolineiras".

Enfim, vem no Correio da Manhã....

E também não é preciso explicar que esta frase dita assim é um disparate. Ou é?

 

P.S.: Afinal sugeriram-me que explicasse! ...as minhas desculpas aos leitores que não necessitam de posteriores explicações.

Então é assim: Na semana em causa, houve um consumo anormal de combustível, razão pela qual "as vendas" devem ter sido anormalmente altas. Dado que não é de esperar que todos os automobilistas tenham tido a bizarria de, nessa mesmo semana, espatifar todo o combustível adquirido, é de esperar que na semana seguinte as vendas das gasolineiras tenham sido anormalmente baixas. Donde os resultados de exploração no final do periodo -trimestre ou ano - devem ser exactamente os normais. (Provavelmente até menores porque, na semana em causa os automobilistas devem ter-se coibido de trajectos não necessários).

Não havia necessidade deste disparate, podiam ter escrito: "Venda de combustíveis durante o periodo do bloqueio triplicou"

publicado por Oscar Carvalho às 12:43
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Domingo, 9 de Março de 2008

Os jornalistas do Correio da Manhã são umas meninas

Denoto pelas bandas do CM alguma falta de coragem para coisas de homem. Se é para aldrabar as pessoas em letras gigantescas na primeira página, então que se aldrabe à grande, caso contrário não vale a pena! O CM diz na capa de hoje "Função Pública perde 3,7 mil milhões - rombo nos salário este ano".
Querem ver eu a mandar uma de homem?
"Função Pública perde 8 triliões de biliões de milhões de quatraliões".
Ora toma!

Eu nem me vou dar ao trabalho de ler os disparates que o CM escreve, apenas vou dar um número: 21 mil e 164 milhões é o custo das despesas de pessoal de toda a função pública. Os 3,7 que o CM refere são portanto 17,5%. Alguém conhece um funcionário público que tenha perdido 17,5% da sua remuneração?

Adenda: Em mais uma prova que para os jornalistas "todos somos iguais, mas há uns que são mais iguais do que outros" e "viva a liberdade de opinião, desde que seja a minha", o meu comentário na página da CM sobre a notícia não foi "aprovado" para constar no meio dos outros.
publicado por Miguel Carvalho às 11:00
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Segunda-feira, 17 de Dezembro de 2007

Jornalismo de merda

Desculpem, mas não aguentei o palavrão.
Quase todos os meios de comunicação repetiram a mentira que nem uns carneirinhos, sem se darem ao trabalho de verificar a informação. TVI, Correio da Manhã, SIC, Record e TSF, pelo que pude ver no Google News.
Mas o meu maior escárnio vai para a imprensa dita económica, que deveria saber o mínimo dos mínimos: Agência Financeira, Portugal Diário, Jornal de Negócios, Diário Económico. Todos repetem a mesma mentira.
Uma vergonha de jornalismo.

Os meus enormes parabéns à LUSA, ao DN e ao Público (versão papel) por terem escrito a verdade.

Adenda: Não só mentem em relação a estes dados, como muitos (como o CM) referem que o PIB per capita "voltou a descer". Outra mentira! De 2004 para 2005 também subiu.

Adenda: O prémio do meio de comunicação mais imaginativo vai para a Agência Financeira. Os números do relatório em causa são todos em percentagem da média da UE. Ou seja, toma-se o valor médio do PIB per capita em PPP naquele ano como o valor de referência 100, e os outros são dados em comparação com o 100. Portugal, por exemplo, tem 75. Apesar de os valores se referir a esse valor fixo 100, aparentemente a Agência Financeira ainda consegue inventar aí uma tendência (deve ser do 100 para o 100) e escreve no título "Poder de compra dos portugueses cai e contraria tendência europeia".
(Admito que se possam estar a referer a outra tendência, porque não são claros, e não explicitam essa afirmação no texto).
 
Adenda: acabei de rever a peça da RTP. Além de vários pequenos erros, parece confundir os valores da percentagem face à média europeia com a sua variação (refere alguns países que estão agora melhor, citando para tal de seguida os seus valores... mas os valores não indicam variação). E mais uma vez se comprova que os jornalistas se seguem uns aos outros que nem uns carneirinhos: a reportagem volta a referir (como o DD) que os cálculos "deixaram a inflação de fora". Como já escrevi, é o nível de preços que é contornado, e não a inflação. Além disso, por definição, os valores do PIB dados pelo Eurostat são dados em paridades de poder de compra, não é novidade nenhuma!


(Post com várias alterações)
publicado por Miguel Carvalho às 20:57
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