Esta manhã no programa Breakfast da cadeia televisiva BBC, Bill Turnbull dava-nos conta de duas curiosas “sondagens” alternativas para prever o desfecho eleitoral de hoje:
1. Estatisticamente, nas eleições presidenciais norte americanas tem saído vencedor o candidato mais alto;
2. Estatisticamente, quando uma determinada equipa desportiva perde, os Republicanos saiem derrotados nas eleições.
Já
aqui aludi ao problema das
relações espúrias baseadas unicamente em regularidades estatísticas que não sustentam necessariamente qualquer
causalidade.
"Necessariamente", porque me ocorreu que pode haver algum factor não observável que possa explicar que, p.ex., a altura dos candidatos à Casa Branca é um bom indicador para prever quem sairá vencedor.
Pode acontecer se, p.ex., os eleitores não forem capazes de reter e processar toda a informação que lhes é transmitida sobre os candidatos e, adoptarem estratégias ou heurísticas de simplificação dessa mesma informação. Ao ponto de, seleccionarem, p.ex., a altura como forma de inferir sobre a personalidade e a capacidade de governar dos candidatos.
Em todo o caso, não é/não será a altura, e muito menos um resultado de uma partida desportiva, que determina, como por obra do acaso, do oculto ou de umas preces à Nossa Senhora dos Aflitos, se Obama é (ou não) Presidente dos States.
Desconfio que é isso, porém, e infelizmente, que passa para o público quando são transmitidas este tipo de notícias.