A SIC anuncia hoje uma reportagem onde o pivot diz que a crise e a subida do custo de vida têm obrigado as pessoas a levantar as suas poupanças. Para provar a tese referem os numerosos levantamentos de certificados de aforro nos últimos tempos.
Os jornalistas da SIC aparentmente não estão a par do forte corte nas taxas de juros dos certificados de aforro, que o Governo decretou há meses. Só se as pessoas fossem estúpidas, é que este levantamento não teria acontecido - haja crise ou bonança. Os entrevistados referem explicitamente a questão da queda das taxas de juro, para explicarem a situação. Mas o que é que isso interessa, quando podemos sempre dizer que é a crise?
Não estou a dizer que não haja uma diminuição na poupança, porque não faço a mínima ideia dos valores. Mas quem deveria ter as mesmas dúvidas que eu, e quem deveria ter verificado os dados da poupança antes de cair em sensacionalismos, deveria ter sido a SIC.
No primeiro caderno do Expresso do último Sábado: "Natal: crise não afecta consumo". Estes senhores nem se preocupam em definir o que entendem por "crise". Há crise e acabou. E se há crise deveria haver menos consumo. Só que, mistério dos mistérios, há crise mas não há diminuição do consumo. Muito confuso, não acham? Não me parece. Se o PIB real aumentou no último ano, porque razão não haveria o consumo de aumentar também!? Para as jornalistas do Expresso, isto deve ser difícil de entender. É a crise...
Mas a parte mais gira do artigo é a das perguntas a Luís Belo, suposto especialista na matéria. Perguntam as jornalistas porque razão as famílias portuguesas gastam apenas mais 1.4% do que em 2006 enquanto a média europeia cresceu 3%. Resposta de Luís Belo: "O desejo de gastar é limitado pelo reduzido poder de compra, para o qual contribuem factores como aumento do preço dos combustíveis, dos produtos alimentares e a subida das taxas de juro...". Reparem bem: as compras de natal cresceram em Portugal menos do que na União Europeia porque em Portugal aumentou o preço dos combustíveis (então e nos restantes países da União?), dos produtos alimentares (então e nos restantes países da União?), e do dinheiro (então e nos restantes países da União?). Enfim.
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