No Público de hoje, o inacreditável. Lemos num título, e pasmamos, que "já não precisamos de recorrer ao crédito para nos endividarmos". E eu pergunto: mas que tipo de endividamento é que não implica recurso a crédito? Não será "endividamento", por definição, recurso a crédito?
Por momentos ainda pensei que pudesse estar a ser utilizada uma definição de "crédito" muito restrita, englobando apenas crédito bancário, por exemplo, mas excluindo outros tipo de crédito, como, por exemplo, o de tipo dívida de mercearia (que não deixa de ser crédito). Mas não. Reparem só no primeiro parágrafo da notícia: "Não conseguem pagar as despesas domésticas, os seguros, a creche ou a escola dos filhos, o condomínio ou a renda da casa, a conta na farmácia ou no supermercado do bairro. Não têm dívidas de crédito à habitação, automóvel, pessoal ou de qualquer outro tipo. São a nova classe de sobreendividados".
Ou seja, na cabeça de Ana Rita Faria, estes indivíduos têm a incrível capacidade de se "sobreendividarem" sem terem "dividas de qualquer tipo". Isto de um gajo se endividar---aliás, sobreendividar---sem se endividar é uma daquelas injustiças que deviam ser proibidas por lei. Ou isso ou proibir os jornalistas de atropelarem desta forma os conceitos lógicos mais elementares.
Ao que parece, segundo o Público de hoje, o director-nacional da Polícia de Segurança Pública, diz que esta vai deixar "de revelar o número de participantes em manifestações" e o mesmo chegou "à conclusão de que não há nenhuma mais-valia nessa divulgação para a PSP, os manifestantes, os sindicatos ou os jornalistas porque há sempre discrepâncias”.
Pergunto ao Sr. director-nacional da PSP:
Refere-se (1) às discrepâncias entre as estimativas da PSP, dos sindicatos, jornais, e outros "adivinhos" ou (2) à margem de erro nas próprias estimativas da PSP?
Seja como for, nenhuma sustenta, do ponto vista lógico, a sua afirmação.
Se for por haver discrepâncias entre as estimativas da PSP e outras, então torna-se ainda mais importante saber as estimativas da PSP. Porque, em princípio (espera-se!), a PSP é precisamente a entidade melhor equipada e mais imparcial para dar uma estimativa mais correcta do número de manifestantes.
É melhor deixar essa estimativa à especulação dos sindicatos e dos jornais?
No caso de se referir a incerteza nas próprias estimativas da PSP, não se arrelie, que isso é normal em qualquer estimativa. Isso não justifica é não estimar de todo!
É que pior do que discrepâncias na informação, é ausência de informação.
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