Já se sabe que no mundo do futebol, em particular na versão portuguesa, tudo é possível. E dessa rica novela, aproveitam-se (e alimentam-na) também os jornais.
Neste espírito se justifica a escolha do DN para título numa notícia com Fucile, do FC Porto: «Fucile e o clássico: "Liedson não me partiu os dentes por sorte"».
Tenho para mim que Fucile não tenha sido safo por efeitos do estocástico e do aleatório. A "sorte", como ele diz. Ó Fucile, olhe que segundo alguns princípios básicos da Física, "o Liedson não lhe partiu os dentes" porque não o atingiu com força suficiente.
Nota: antes que me acusem de ser deste ou daquele clube, de estar a promover a violência, ou outra coisa do género, estou apenas a, ludicamente, aludir à utilização da palavra "sorte", e bem assim aos conceitos estatísticos que evoca e aos enviesamentos que provoca, tão visíveis na cultura popular.
Não sou entendido em nenhum tipo de matérias jurídicas, por isso aprecio imenso quando a comunicação social que escreve sobre o assunto é um pouco mais entendida do que eu e contribui para me esclarecer as dúvidas em vez de as agravar.
Não foi o caso em relação à exclusão, em primeira instância, do FCP pela UEFA da Liga dos Campeões da próxima época. Parece que o Porto apresentou recurso, que foi hoje analisado. E diz o Público: "FC Porto: UEFA reenvia decisão para a primeira instância e clube participa na Champions". Dizem mais: "A comissão de Controlo e Disciplina da UEFA vai agora voltar a apreciar o processo, para que no dia 1 de Agosto (...) esteja tudo resolvido". Ou seja, vai ser "reenviado" para "voltar a ser apreciado". O que, segundo os meus preceitos lógicos, implica que nenhum decisão definitiva está ainda tomada. O que leva então o Público a escrever com tanta certeza no título da notícia que o "clube participa na Champions" e no, texto, que "o FCP pode participar na Champions 2008/09"? Não teria sido melhor escrever, como o fizeram A Bola e o Record, que "para já" (e estas duas palavrinhas são de toda a importância) o FCP não está excluído da Liga dos Campeões? Para confirmar que o Público terá induzido os seus leitores em erro, basta ler os comentários à notícia.
Escreve Jorge Miguel Matias no título do seu artigo, no Público: “Um vitória regular do FCP com dois golos irregulares”. Não tem dúvidas. Mais abaixo: (...) e um cruzamento de Quaresma, desviado ligeiramente por Kazmierczak, foi bem aproveitado por Lisandro, que, em posição irregular, inaugurou o marcador (...)". Não tem mesmo dúvidas. Eis as imagens. Faça uma pausa no vídeo aquando da cabeçada de Kazmierczak e veja onde está o Lisandro. Vai ver que não restam dúvidas sobre o seu posicionamento... regular. Sobre o jornalista, há duas hipóteses: ou não sabe o que é um fora-de-jogo (é sempre de admitir esta hipótese) ou não tem problemas em meter muito facciosismo desportivo no seu trabalho jornalístico.
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