Podemos ler hoje no DN um
artigo onde se dá conta de um estudo "ontem divulgado pela Saer, empresa de avaliação de risco liderada pelo ex-ministro das Finanças, Ernâni Lopes.", sobre a criação de riqueza nas diferentes regiões da península ibérica (sim, Portugal aparentemente é suficiente homogéneo para ser considerado a região da península ibérica com mais população - uma irrisória diferença de 3 milhões de pessoas ou 38% mais que a segunda mais populosa e 73% mais que a média das 4 maiores que lhe seguem; já agora, é a segunda com maior área, mas isso interessa menos).
O estudo não parece estar disponível na internet e o artigo permite entrever algumas pérolas, por exemplo, observações vazias como:
a "convergência para o nível de poder de compra médio da União Europeia" dependerá "sobretudo do comportamento do PIB real" (Surpresa!) e
terá de haver, em paralelo ao crescimento do PIB, "um crescimento do nível geral preços de acordo com o comportamento da produtividade" (Todos concordamos que se crescesse em desacordo seria mau, mas que significa isto?).
No entanto, o destaque aqui vai para um clássico do jornalismo económico. A produção de riqueza per capita medida em paridade de poder de compra não mede a "qualidade de vida dos cidadãos" e não é um adequado "índice de bem estar", como sugere o jornalista Rudolfo Rebêlo. É importante para ambos, mas o artigo do DN é abusivo.
O Público também publica sobre este estudo. Num trabalho mais polido, onde indica por exemplo a origem dos dados e não faz extrapolações quanto à felicidade dos cidadãos, o artigo vem assinado pela Lusa.